
Em tempos onde a fome e o desemprego batem à porta de milhares de brasileiros, em Santo Antônio da Platina, a indignação tomou forma institucional:
o vereador Paulinho Santos, conhecido como irmão Paulinho, eleito pelo Partido Liberal (PL), decidiu ignorar não apenas o bom senso, mas também o próprio partido que o elegeu.
Na última semana, em meio a protestos populares e uma crescente onda de desconfiança com a classe política local, a Câmara Municipal aprovou, em primeira votação, o Projeto de Lei nº 18/2025, que concede vale-alimentação de R$ 770,00 mensais aos próprios vereadores. A proposta, patrocinada pela Mesa Executiva da Câmara, foi aprovada por oito votos a favor e apenas um contra – e entre os que aplaudiram a benesse, lá estava irmão Paulinho, representante do PL.
A reação? Uma chuva de críticas. Mas o que ninguém esperava foi o tiro vindo de dentro da própria trincheira: o diretório municipal do PL, por meio de sua presidente Bruna Fogaça Camargo, emitiu nota oficial repudiando com veemência o voto do vereador e deixando claro que os posicionamentos de irmão Paulinho não refletem o entendimento do partido.
Na nota, Bruna foi categórica: o partido defende ética, responsabilidade e austeridade no uso do dinheiro público. E mais – lembrou que os vereadores da cidade já recebem subsídios mensais superiores a R$ 5 mil, além de diárias de até R$ 1.100,00, que deveriam cobrir despesas como alimentação e transporte. Traduzindo: o tal “vale-alimentação” soa como mimo institucionalizado, descolado da realidade econômica da maioria da população platinense.
Não parou por aí. A presidente também criticou outras votações polêmicas que contaram com o apoio do vereador irmão Paulinho, como:
• A realocação de verbas públicas para os shows da EFAPI, enquanto serviços básicos sofrem com falta de estrutura;
• A autorização da compra, em regime de urgência, de um imóvel no Monte Real, com investimento superior a R$ 1 milhão, mesmo com questionamentos técnicos e jurídicos.
Com isso, o que se vê é um vereador que não apenas diverge do partido, mas rompe com seus princípios fundadores. Um gesto que, aos olhos da população e da legenda, soa como traição política.
E como se já não bastasse o mal-estar, a justificativa de irmão Paulinho para aprovar o projeto foi – pasmem – que “usa o salário de vereador para sustentar a família”. Um discurso frágil e desconectado da realidade. Afinal, vereador não é profissão, é mandato eletivo. E o salário que recebe não é pensão nem benefício assistencial: é verba pública, paga pelo povo, com a missão de ser usada em nome dele.
A posição da presidente Bruna Fogaça é, portanto, um grito de lucidez em meio ao oportunismo travestido de “benefício legítimo”. E mais: é um aviso claro ao eleitor platinense – nem todo mundo se vende. Nem todo mundo se cala.
O descontentamento da sigla PL na cidade com a conduta do vereador poderá ser medido através da sua força política em Santo Antônio da Platina e da adesão ao grupo de Bruna Fogaça nas galerias da Câmara Municipal. O teste de força acontecerá no Salão da Câmara Municipal, na próxima segunda-feira, dia 9, durante a segunda votação do projeto.
Vamos ver a mobilização dos correligionários do mesmo partido de irmão Paulinho indo à Câmara para protestar contra ele e suas decisões quanto ao seu voto. Vamos ver a força do PL dentro do município de Santo Antônio da Platina através da mobilização na Câmara de Vereadores, segunda-feira, dia 09/06/2025.
Enquanto os bastidores fervem à espera da segunda votação, uma coisa já está clara: irmão Paulinho pode até usar o nome do PL no crachá, mas sua prática política tem sido incompatível com os princípios que o partido diz defender.
Fica o registro. E a pergunta que ecoa entre os corredores do poder e as calçadas da cidade: de que lado você está, vereador?.
segue nota da presidente do PL- na integra
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