SANTO ANTÔNIO DA PLATINA: AVANÇOS PARA UNS, RETROCESSOS PARA OUTROS

“Imagem meramente ilustrativa”.

O prefeito de Santo Antônio da Platina, em entrevista recente a um portal de notícias, fez um balanço positivo dos primeiros oito meses de gestão, destacando supostos avanços em diversas áreas.

O discurso, embalado por números e promessas, pinta uma cidade em plena ascensão.
Entretanto, a realidade vivida por servidores públicos municipais e parte significativa da população mostra uma face bem menos otimista dessa administração.
União e discurso x prática e contradição
Segundo o prefeito, o diferencial da gestão é a união entre poderes e comunidade. Mas que união é essa, quando os servidores que dedicaram décadas ao serviço público se veem desrespeitados no direito à licença-prêmio convertida em pecúnia?
O Decreto nº 353/24, assinado e publicado em 12/09/2024, regulamenta a conversão de 50% da licença-prêmio. Na prática, porém, o benefício está suspenso por “indisponibilidade orçamentária e financeira”.
Ou seja: a lei existe, o decreto regulamenta, mas o servidor que trabalhou por anos de forma ininterrupta e adquiriu o direito não recebe o que lhe é devido. O discurso da “gestão para todos” encontra um abismo entre a promessa e a execução.
 
Saúde: propaganda x realidade
O prefeito celebra a redução da espera no pronto-socorro e a ampliação de unidades de saúde. Mas, por trás da propaganda, existe uma fila invisível de consultas com especialistas e de exames médicos que nunca saem do papel.
Exames laboratoriais de amostras biológicas e exames de imagem estão na lista de espera há mais de dois anos, deixando pacientes em angústia. Além disso, a farmácia municipal ainda enfrenta falta de medicamentos essenciais, obrigando munícipes a escolher entre pagar do próprio bolso ou ficar sem tratamento.
Em tese, tudo é lindo. Na prática, a realidade é bem diferente.
 
Educação e creches: promessa distante
Outro gargalo é a fila invisível de crianças à espera de vagas em creches. Enquanto o discurso fala em investimentos e parcerias, muitas famílias enfrentam a incerteza de onde deixar seus filhos para poder trabalhar.
 
A conta dos comissionados
O contraste mais amargo está no gasto com a criação de cargos comissionados dentro da nova estrutura administrativa. Em tese o salário de apenas um desses cargos poderia bancar a compra de medicamentos para centenas de platinenses — e, quem sabe, salvar vidas.
A gestão prefere gastar em manter estruturas políticas, enquanto o povo sente na pele o peso da falta de remédios, exames e vagas em creches.
 
Quem paga a conta?
Enquanto a prefeitura comemora convênios, obras e milhões em investimentos, a população banca a nova estrutura administrativa. A taxação da coleta de lixo, que está sendo implantada, recai diretamente sobre o bolso do cidadão platinense.
No fim, quem realmente banca e paga a conta é a população.
 
Café amargo, com pimenta
A administração municipal precisa escolher se quer ser lembrada como inovadora e transparente ou como mais uma gestão que, em nome da modernização, sacrifica servidores e cidadãos comuns.
A narrativa dos avanços não pode esconder a realidade: há um preço sendo pago, e não é pequeno.
 
 Questionário Café com Pimenta
Queremos ouvir você, munícipe e servidor público de Santo Antônio da Platina:
Você acredita que a atual gestão respeita os direitos dos servidores públicos municipais?
Concorda com a justificativa de “falta de orçamento” para não pagar a licença-prêmio em pecúnia?
A implantação da taxa de lixo lhe parece justa diante dos cargos comissionados criados?
Na sua opinião, as obras e convênios anunciados compensam a espera por exames, medicamentos e vagas em creches?
Você está satisfeito com o modelo de gestão apresentado até aqui?.
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2 comentários em “SANTO ANTÔNIO DA PLATINA: AVANÇOS PARA UNS, RETROCESSOS PARA OUTROS”

  1. Implantação de taxa de lixo? Isso é brincadeira, só pode! Pagamos esgoto, iluminação pública, imposto sobre um bem que já é nosso (IPTU), imposto pra rodar, taxa pra estacionar, pra nascer, casar, morrer… agora do lixo? Esse País é uma piada e os que fazem a piada são os “cômicos”, para ser gentil!

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