Quando a estrada vira palco: moradores do Norte Pioneiro fazem da PR-436 um hit de protestopolítica

Quando a estrada vira palco: moradores do Norte Pioneiro fazem da PR-436 um hit de protesto

imagem divulgada

pelo grupo de Whasaap TODOS PELA PR -436 OFICIAL

SOBRE O PROTESTO

“PR 436, é nossa vez. Ibaiti a Ribeirão do Pinhal…” — soa como um modão sertanejo, mas o que embala essa letra é bem mais que paixão ou saudade: é revolta. É poeira no olho. É promessa não cumprida. E agora, é viral nas redes sociais.
Cansados de engolir poeira e palavras vazias de políticos em campanha, moradores entre Ibaiti e Ribeirão do Pinhal, no Norte Pioneiro do Paraná, decidiram que se o asfalto não vem, vem a música. E veio. Veio com refrão forte, violão afinado e denúncia no compasso.
🎶 Versos na contramão da indiferença
“Governador prometeu. Deputado também falou. Secretário garantiu. E o povo aqui sofrendo ficou…”
O que seria um desabafo de boteco virou hino regional. Circula em grupos de WhatsApp, TikTok, Facebook e, claro, nos corações calejados de quem encara diariamente a PR-436 esburacada. O vídeo mostra cenas do cotidiano dos moradores, com crateras, caminhões cambaleando e o retrato cru de um trecho esquecido.
Não é só música. É memória. É cobrança com sotaque. É arte com alvo.
🚧 Asfalto que nunca chega, promessa que sempre vem
A PR-436 já foi protagonista de discursos inflamados de deputados, prefeitos e até do governador Ratinho Junior (PSD). Em palanques e coletivas, o asfalto foi jurado, juramentado e batizado. Só faltou nascer. O trecho entre Ibaiti e Ribeirão do Pinhal, com seus 45 quilômetros de extensão e importância para o agronegócio, segue como um campo minado — de buracos, poeira e indignação.
A produção rural atrasa, o transporte escolar sofre, e os riscos de acidente são rotina. E o DER-PR? Ainda mudo. Nenhum posicionamento até agora.
🎭 Protesto com pegada de palco
Transformar revolta em melodia é arte antiga, mas quando bem feita, reverbera. Já vimos enterros simbólicos, faixas com trocadilhos e protestos com tom teatral. Mas este, vindo do coração da roça, tem algo a mais: verdade.
A canção virou grito. Um grito afinado, que mistura denúncia, deboche e desejo de mudança. Ganha força por ser popular, por ter raiz e por colocar o dedo — ou melhor, o microfone — na ferida.
💬 Quando o povo canta, o governo ouve?
A pergunta é incômoda — como todo bom refrão de protesto: será que agora vão escutar? A música está feita. O vídeo, viral. A cobrança, mais do que clara. Falta saber se Ratinho Junior e seus pares vão dançar conforme a música… ou continuar desafinando com a população.
Porque promessa não enche buraco. Mas verso bem cantado pode, sim, arrancar o silêncio do poder.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *