Requião Filho desembarca no PDT

Requião Filho desembarca no PDT e aquece a corrida pelo Governo do Paraná

E o Paraná ferve — com veneno, ambição e um toque de revanche


Prepare-se, Paraná. O jogo político ganhou nova peça no tabuleiro — e não é qualquer peão. O deputado estadual Requião Filho (aquele mesmo: ex-PT, ex-MDB, herdeiro da retórica afiada do clã Requião) bateu o martelo e anunciou sua chegada ao PDT. A filiação ainda será oficializada, mas nos bastidores, o negócio já está selado. E com direito a farpas, alfinetadas e uma promessa não tão velada: disputar o Governo do Estado em 2026.

Em reunião com a Executiva pedetista no Paraná, Requião Filho chegou chegando, sem economizar no tempero ácido. “O PT traiu o Paraná. Não tem projeto de Estado, tem projeto de poder pessoal”, cravou o deputado, rompendo com o partido que o acolheu por apenas dois anos — tempo suficiente para perceber que Brasília manda mais que o Bom Senso. Segundo ele, a legenda virou um puxadinho do Planalto e ignorou as demandas paranaenses em nome de suas obsessões federais.

Troca de partido? Sim. Mas com roteiro, direção e sede de protagonismo.

Não se trata apenas de mudar de sigla como quem troca de paletó no gabinete. Requião Filho entra no PDT como peça-chave para o partido retomar algum fôlego no cenário estadual. Hoje, o PDT só tem o deputado Goura na Assembleia. Com a entrada de Requião, a sigla sonha alto: fortalecer sua bancada, disputar espaço no Congresso e, claro, lançar um nome competitivo ao Palácio Iguaçu.

Requião Filho, agora liberado pelo TRE-PR para sair do PT, joga em campo aberto. Está solto. Solto e com sangue nos olhos. E o discurso, por mais reciclado que pareça, vem com verniz de novidade: uma mistura de tradição familiar com pose de renovação. Algo entre “sou filho do Roberto” e “mas tenho minhas próprias ideias”. Uma tentativa arriscada de ser o novo sem abrir mão do sobrenome.

O alvo é claro: o establishment local. Mas a crítica não poupa ninguém.

Entre os bastidores, já se comenta que Requião Filho pode furar a bolha. Bater de frente com nomes como Alexandre Curi ou Guto Silva — e, quem sabe, até incomodar o atual favorito das pesquisas, o senador Sérgio Moro.

Moro, aliás, é o gigante de vidro dessa disputa. Aparece bem nas sondagens, mas carrega uma bagagem de desafetos que faria qualquer adversário sorrir de canto de boca. De juiz salvador a ministro traído e traidor, passou por todos os espectros da política sem criar raiz — só rachaduras.

Na esquerda, é visto como o algoz de Lula. Na direita, virou persona non grata após abandonar o governo Bolsonaro atirando. O resultado? Moro coleciona inimigos em todos os cantos e aliados em extinção. Um nome forte nas pesquisas, sim. Mas com base volátil e imagem fragilizada por onde quer que se olhe.

Enquanto isso, o velho Requião observa. E o filho assume o volante.

Roberto Requião, o pai, ainda figura bem em algumas pesquisas. Mas a movimentação do filho mostra que, desta vez, quem comanda a próxima cartada política da família é ele. Um passo calculado, talvez ousado demais, mas que pode mudar o rumo do jogo.

Nos bastidores, o PDT já planeja um evento com pompa para anunciar a nova aquisição. E Requião Filho, com suas críticas afiadas e sede de embate, promete incendiar o debate político no estado. “Chegou a hora de trazer um novo ar para o Paraná”, disse, como quem solta fumaça no parquinho.

O Paraná está em ebulição. O jogo começou. E, ao que tudo indica, vai ter faísca pra todo lado.

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