Moro na Cola de Curi: o corre político com dinheiro público chega a Santo Antônio da Platina

Por Redação Café com Pimenta
15/07/2025.
Santo Antônio da Platina viveu, nesta terça-feira (15), mais um daqueles capítulos em que o discurso político ultrapassa a realidade do povo. O senador Sérgio Moro esteve na cidade e anunciou a destinação de R$ 800 mil para a saúde, em visita ao gabinete do prefeito Gil Martins. A foto oficial, com sorrisos alinhados e palmas protocolares, esconde uma engrenagem que gira por trás: a estratégia política de quem está em campanha permanente – mesmo negando.
 
Moro não está sozinho nesse jogo. Ele vem no encalço de Alexandre Curi, outro que percorre o Paraná de ponta a ponta, ambos fazendo o seu corre político bancado com dinheiro público, sob a bandeira da “prestação de contas”. Curi, aliás, está cada vez mais cotado para ser o indicado à sucessão de Ratinho Júnior, podendo ser o nome lançado pelo grupo do governador para disputar o cargo de governador do estado do Paraná.
 
A população ouve promessas e recebe recursos em conta-gotas, enquanto nos bastidores os movimentos são calculados para 2026 e 2028.
 
No discurso, Moro não poupou críticas ao governo federal. Disse que há “inversão de valores”, atacou o desmonte da Lava Jato e lamentou a dívida pública e as tarifas externas. Porém, essas palavras contrastam com o tom do prefeito Gil Martins, que celebrou parcerias com o governo federal e disse seguir alinhado com as políticas atuais. Afinal, Gil Martins garantiu que a gestão vem se destacando justamente pela boa relação com Brasília.
 
A contradição ganhou ainda mais força com a presença de Mauro Moraes, deputado estadual que já não faz mais parte da base política do governador Ratinho Júnior. Até pouco tempo atrás, Moraes era considerado um aliado próximo e ocupava inclusive um cargo de secretário estadual. Mas, ao declarar apoio público e contínuo a Sérgio Moro — potencial adversário do candidato que Ratinho Jr. apoiará para sua sucessão —, Moraes foi convidado a deixar a base aliada do governo estadual. Sua presença ao lado de Moro em Santo Antônio da Platina não é mera coincidência: é um gesto político claro de alinhamento e, ao mesmo tempo, um recado para Curitiba.
 
Moro carrega em si uma marca indigesta tanto para a direita quanto para a esquerda. De um lado, a esquerda o vê como o juiz que prendeu Lula num processo hoje amplamente considerado ilegal. Do outro, a extrema direita o trata como o homem que traiu Bolsonaro e abandonou o barco.
 
Agora, em 2025, o mesmo Moro aparece como pré-candidato informal ao governo do Paraná, com sorriso comedido e discurso “estadista”. A pergunta que fica no ar – e ecoa nos corredores do Norte Pioneiro – é direta:
Será que a direita e a esquerda vão esquecer a trajetória de Sérgio Moro? Ou o Paraná está prestes a assistir ao mesmo roteiro de sempre, com velhos personagens tentando vender novas histórias?
 
Enquanto isso, a cidade celebra os R$ 800 mil para a saúde, valor que mal cobre as necessidades básicas de um sistema sobrecarregado. O povo aplaude, a foto é registrada e o jogo político segue, agora com Santo Antônio da Platina incluído na rota dos que fazem política com dinheiro público.
 
Café com Pimenta – aqui a política arde na boca.
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