Demitida sem aviso, médica denuncia perseguição e omissão dentro do Pronto-Socorro Municipal

A médica Luciana Nascimento

Até então responsável técnica do Pronto-Socorro Municipal de Santo Antônio da Platina, utilizou as redes sociais para tornar pública sua versão dos fatos sobre seu afastamento repentino da função. Em seu relato, ela afirma que não foi notificada oficialmente e que sua saída se deu de forma unilateral, sem qualquer explicação formal por parte da Secretaria Municipal de Saúde.

“Fui chamada à Secretaria de Saúde e, sem qualquer documento oficial ou justificativa formal, foi solicitado que eu pedisse demissão da função de responsável técnica”, relata a médica. Segundo ela, o motivo apresentado foi um suposto “problema pessoal” com uma funcionária pública da unidade.

Luciana, que é médica com formação também em enfermagem, além de possuir especializações na área de urgência, emergência e atenção primária, afirma que vinha cobrando regularmente a presença da servidora mencionada, além de insumos e medicamentos essenciais ao funcionamento da unidade. “Todas essas situações foram comunicadas à própria Secretaria, conforme determina a legislação”, afirma.
Segundo a médica, foi justamente essa postura firme de cobranças e denúncias sobre a falta de medicamentos e insumos, bem como a responsabilização direta da servidora encarregada de atender essas demandas, que desencadeou sua demissão.

Em contato telefônico com o Café com Pimenta, Luciana relatou que, ao chegar para assumir um plantão, encontrou uma colega médica visivelmente abalada após enfrentar uma situação crítica envolvendo a ausência de medicação essencial no carrinho de emergência durante um atendimento de parada cardiorrespiratória. Ao tomar conhecimento do ocorrido como responsável técnica, Luciana comunicou imediatamente o fato à servidora pública responsável pela reposição dos insumos. “Ela respondeu que era só repor a medicação”, afirmou. Ainda segundo a médica, a situação de negligência se agravava com a constante falta de oxímetro infantil e de medicamentos básicos para atendimento emergencial.

“Falta oxímetro infantil, faltam medicamentos para fazer o devido atendimento, e isso que culminou minha saída, minha demissão”, declarou.

Segundo Luciana, após as cobranças, a servidora pública em questão teria passado a levantar calúnias e boatos infundados sobre sua conduta profissional, o que, até o momento, não foi objeto de qualquer apuração formal pela administração pública. “Ela passou a espalhar entre os servidores que eu havia feito coisas que jamais cometi”, disse.

Luciana também afirma que buscou diálogo com o chefe do Executivo local: “Tentei por diversas vezes contato com o prefeito, que não me atendeu.” Ainda segundo a médica, a própria secretária de saúde teria declarado conhecer a situação, mas não teria agido: “Ela admitiu ter medo da referida servidora”, declarou.

Que tipo de influência essa funcionária exerce dentro da administração municipal? Há espaço para medo em quem deveria zelar pelo funcionamento de um serviço público essencial como o pronto-socorro?

Outro ponto levantado por Luciana diz respeito à ausência total de documentação oficial comunicando sua dispensa. “O mais grave é que apresentaram o novo responsável técnico em reunião com os profissionais, sem sequer terem me entregue qualquer documento oficial comunicando minha saída”, declarou. Como se justifica uma substituição técnica sem ato formal?

Vale lembrar que o médico Dr. Anderson Vieira, também com histórico profissional reconhecido, foi afastado do mesmo pronto-socorro há pouco tempo, também sem justificativas públicas conhecidas. Estaria se repetindo um padrão de afastamento de profissionais qualificados no município? Seria isso resultado de disputas internas, perseguições políticas ou decisões técnicas baseadas em critérios não transparentes?

“Reitero meu profundo respeito aos profissionais que exercem sua função com ética e seriedade. Mas lamento profundamente a forma como fui tratada de forma injusta, desleal e com total omissão diante de um ambiente tóxico e insustentável”, concluiu a médica.

Qual o limite entre o exercício legítimo da responsabilidade técnica e o incômodo político que ele pode gerar? Uma profissional pode ser retirada de um cargo técnico simplesmente por relatar ausências e negligências de uma funcionária pública?

A população platinense está ciente do que vem ocorrendo dentro da unidade de pronto atendimento? Os órgãos de controle, como o Conselho Regional de Medicina, foram acionados? A Prefeitura irá se manifestar?

Segundo a médica, em contato telefônico com o Café com Pimenta, todas as declarações prestadas a este portal de notícias estão devidamente documentadas, e ela irá pleitear judicialmente tudo o que foi denunciado.

Segue, na íntegra, o esclarecimento da Dra. Luciana Nascimento, postado em suas redes sociais..

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