Câmara de Santo Antônio da Platina rejeita título de cidadão honorário a Sérgio Moro e reacende debate sobre critérios de homenagens públicas

A sessão da Câmara Municipal de Santo Antônio da Platina na noite da última segunda-feira (23) foi marcada por intensos debates e um resultado que reverberou dentro e fora do plenário.

O projeto de lei nº 25/2025, de autoria do vereador Breno Ademir Carburadores, que propunha conceder o título de Cidadão Honorário ao senador Sérgio Moro (União-PR), foi rejeitado pela maioria dos parlamentares.
O placar da votação — três votos favoráveis, dois contrários e sete abstenções — revelou muito mais do que uma simples decisão legislativa: expôs as tensões políticas locais e o receio dos vereadores em associar a imagem do Legislativo Municipal à figura do ex-juiz da Operação Lava Jato.

O reflexo da desaprovação
A não concessão do título ao senador Sérgio Moro reflete um cenário de cautela e até de desgaste político. Em tempos de redes sociais inflamadas e polarização intensa, o nome de Moro continua sendo motivo de debates acalorados no país. A rejeição na Câmara platinense, portanto, não passou despercebida — reacendeu o questionamento sobre quem realmente deve receber o título de cidadão honorário e quais critérios devem nortear
essas homenagens.

A necessidade de critérios e respeito à Casa de Leis
A Casa de Leis deve ser respeitada e agir com responsabilidade na concessão de títulos e honrarias. Não se pode, em nome de conveniências políticas ou simpatias pessoais, entregar um dos maiores símbolos de reconhecimento da cidade a qualquer figura pública.
O episódio mostra que é hora de a Câmara Municipal adotar critérios rigorosos e avaliar com seriedade o mérito dos homenageados, sob pena de banalizar uma tradição que deveria representar gratidão e reconhecimento genuíno ao serviço prestado à comunidade local.

Polêmicas e imagem pública
As polêmicas que cercam Sérgio Moro — desde sua atuação na Lava Jato até as recentes disputas políticas e judiciais — continuam a alimentar controvérsias nas redes sociais e no noticiário nacional. Em Santo Antônio da Platina, o resultado da votação evidenciou o medo político de muitos vereadores de vincular a imagem da Câmara à do senador, cuja trajetória desperta paixões e repúdios em igual medida.
Mais do que uma derrota simbólica, a rejeição do título de cidadão honorário a Sérgio Moro representa um marco de reflexão: até que ponto as homenagens públicas devem se render à influência de figuras nacionais, e até que ponto devem preservar a identidade e os valores da comunidade local?

 Opinião – Café com Pimenta
Para o Café com Pimenta, o resultado em Santo Antônio da Platina é um retrato fiel do atual momento político de Sérgio Moro. Nacionalmente desgastado, o senador perdeu grande parte do prestígio que o projetou durante a Operação Lava Jato. Suas movimentações recentes e as constantes polêmicas envolvendo seu nome têm comprometido sua imagem pública e abalado cada vez mais a viabilidade de uma eventual candidatura ao governo do Estado do Paraná.
A Câmara platinense, ao rejeitar a homenagem, captou esse sentimento difuso na sociedade: o de que as honrarias públicas não devem servir de palanque político, mas de reconhecimento real e merecido..

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