BUCHECHA REACENDE POLÊMICA SOBRE O “VALE-ALIMENTAÇÃO” DA CÂMARA DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA

Na sessão da última segunda-feira (24), o vereador Edson Muniz Gonçalves — o “Buchecha” — lançou uma forte crítica ao colega Dr. Leônidas, acusando-o de transformar atos de solidariedade em promoção pessoal e de fazer uso político do auxílio recentemente aprovado para os parlamentares.

 O cerne da disputa
O centro da controvérsia é o benefício recém-instaurado: o Projeto de Lei nº 18/2025 da Câmara aprovou — em segunda votação — um auxílio-alimentação de R$ 770 mensais para cada vereador, além dos vencimentos e diárias já percebidos.
Segundo Buchecha, Leônidas divulgou em redes sociais suas doações — feitas com o vale-alimentação — sugerindo que os demais parlamentares deveriam seguir o exemplo. Para Buchecha, isso ignora o trabalho silencioso de colegas que ajudam “por fora” (com recursos próprios), sem anúncios públicos.

“Quando o senhor entrou na casa de um enfermo, tirou foto e postou na rede social, isso vira política.” — disparou o vereador.
Buchecha argumenta que doações e auxílio a pessoas carentes deveriam ser atos feitos com discrição — sem busca por visibilidade —, evocando até mesmo supostas contradições com o discurso cristão que Dr. Leônidas costuma adotar.

 O que isso expõe sobre o vale-alimentação
Questionamento da moralidade do benefício. O vale-alimentação passou a vigorar num contexto em que municípios — inclusive o próprio — enfrentam desafios financeiros. Muitos cidadãos veem como inoportuno destinar verba pública extra a quem já recebe subsídio, principalmente num cenário de outras demandas sociais.

Uso político de recursos públicos. A divulgação de doações feitas com o vale, em redes sociais, suscita dúvidas: seria solidariedade genuína ou marketing eleitoral/discurso político? Buchecha sugere até que a conduta de Leônidas poderia configurar infração ética.

Falta de transparência sobre promessas e ações. Vale lembrar que quando o projeto do vale-alimentação foi proposto, Leônidas afirmou que levaria a questão ao Ministério Público para questionar a constitucionalidade do benefício. Até o momento, porém, não há em “tese” nenhuma informação pública sobre o andamento de qualquer processo ou que tenhamos conhecimento.

 A pergunta que fica: e o suposto processo?
Na implantação do vale-alimentação, Leônidas teria prometido questionar o ato judicialmente, alegando inconstitucionalidade. Ainda assim, em “tese” não há registros públicos recentes confirmando qualquer denúncia, ação ou protocolo formal junto ao Ministério Público ou outro órgão de controle.
Portanto, a crítica de Buchecha — e a dúvida da população — permanecem: se houve intenção de judicialização, onde está o processo? Caso não haja investigação ou parecer, o benefício passa a operar sem contestação real, e com alto custo para o erário municipal.

 Por que esta matéria importa
Transparência e responsabilidade pública: A aprovação de benefícios como o vale-alimentação, especialmente num município de porte modesto, exige debate e clareza. O cidadão deve entender quanto e por que os vereadores recebem valores extras — e como esses recursos são ou não efetivamente utilizados para o bem público.

Separação entre ação social e auto-promoção: Atos de solidariedade por parte de agentes públicos, embora válidos, perdem valor quando transformados em publicidade pessoal. Isso conflita com princípios éticos e com a percepção de boa fé.
Cobrança de prestação de contas: Se existe uma promessa de questionar a constitucionalidade do benefício, a comunidade tem o direito de saber: existe processo? Qual o status? Sem essa prestação, o discurso soa vazio.
 
O Café com Pimenta permanece com espaço aberto
Este portal reforça o convite ao vereador Dr. Leônidas: que informe publicamente o andamento — ou a inexistência — de qualquer processo de inconstitucionalidade do vale-alimentação. A população de Santo Antônio da Platina merece saber se o debate jurídico segue — ou se o benefício já está consolidado, sem contestação real.

Enquanto isso, a polêmica provocada por Buchecha reacende a discussão sobre os limites do que é remuneração, o que é “ajuda social” e até onde se pode permitir marketing pessoal às custas do erário
 

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