PDT ACENDE O TABULEIRO POLÍTICO E PODE SER O FIO CONDUTOR DA VIRADA NO PARANÁ EM 2026

O jogo político do Paraná começa a ganhar cor e temperatura. E quem acendeu o fogo dessa vez foi o PDT, que, com o nome de Requião Filho na linha de frente, pode se transformar no pivô da reconfiguração do campo progressista no estado.

O gesto que mudou o tom da conversa aconteceu em Foz do Iguaçu, num almoço que reuniu Gleisi Hoffmann, Arilson Chiorato, Ênio Verri, lideranças do PCdoB e PV — e que, longe de ser um simples encontro de camaradagem, virou símbolo de reconstrução política. O resultado: o PT e a Federação Brasil da Esperança decidiram apostar em Requião Filho como o nome que pode unificar a oposição e disputar, de igual para igual, o governo estadual em 2026.
O encontro selou algo mais do que uma aliança: foi o início de uma frente progressista real, com musculatura, narrativa e projeto.
 
 O PDT assume o papel de fio condutor da união progressista
Requião Filho entra nessa costura como o elo entre a história e o futuro. Herdou o sobrenome de um ícone da política paranaense, mas vem pavimentando sua própria trajetória — menos personalista e mais programática, buscando espaço entre os que desejam uma gestão menos concentrada e mais popular.
A aposta dos aliados é simples: sem o PDT no centro, o campo progressista não sai do lugar. A legenda tem estrutura, capilaridade e o trunfo de falar com públicos distintos — do eleitor urbano que quer inovação ao interior que ainda guarda memória do “velho MDB de Requião pai”.
“É hora de unificar o campo democrático e disputar o futuro com coragem”, teria dito uma liderança petista presente ao encontro.  “Ou se forma um bloco sólido agora, ou o bolsonarismo volta de carona em 2026”.
 
 Cenário ainda em ebulição
Enquanto isso, o PSD de Ratinho Junior mantém sua tradicional tática do silêncio estratégico. Com Alexandre Curi, Guto Silva e Rafael Greca rondando a linha de sucessão, o grupo governista observa o movimento dos adversários como quem mede o tempo antes de fazer o lance decisivo.
Mas há um detalhe que incomoda o Palácio Iguaçu: o PDT conseguiu furar o isolamento. Ao atrair o PT e as siglas da Federação (PCdoB e PV), Requião Filho colocou o nome no centro das conversas e roubou o protagonismo que parecia reservado ao governo.
Nos bastidores, comenta-se que o PT pode indicar o vice, e que Ênio Verri — atual diretor-geral da Itaipu — surge como possível nome ao Senado, compondo um palanque com densidade política e geográfica.
 
 Dois Paraná disputam 2026
De um lado, o Paraná das planilhas, da eficiência administrativa e dos índices de popularidade — encarnado por Ratinho Junior e seu PSD.
Do outro, o Paraná das ruas, da memória trabalhista e do discurso de reconstrução democrática — que volta à cena com o PDT em aliança com o PT.
O que está em jogo é qual narrativa o eleitor vai abraçar: a da continuidade tecnocrática ou a da retomada social e política.
E, no meio desse tabuleiro, o PDT desponta como o fiel da balança, capaz de unir a esquerda, mobilizar o centro e abrir um novo ciclo no estado.
 
 O fio político da esperança
O nome dado à articulação — Frente Paraná da Esperança — não é à toa. É um grito contra a dispersão que fragmentou o campo progressista nas últimas eleições. É também uma aposta ousada: substituir o discurso da resistência pelo da reconstrução.
Requião Filho, com sua fala direta e energia renovada, tenta ocupar esse espaço com estilo próprio — mais pragmático, menos ressentido, mirando o futuro.
Se a equação der certo, o PDT pode sair de coadjuvante a protagonista.
E, em tempos de política líquida, isso não é pouca coisa.
 
Café com Pimenta – porque política boa se faz com tempero, coragem e sem medo de cutucar o poder..

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