
Santo Antônio da Platina vive mais um capítulo amargo da sua história política. Cidadão platinense, chegou a hora de pagar a conta.
O Projeto 053/2025 reestruturou profundamente o quadro administrativo da Prefeitura. Com a aprovação do projeto, foram criados novos cargos comissionados, ampliando a máquina pública e aumentando significativamente as despesas do município. Estes cargos, em tese, podem representar apadrinhamentos políticos, ocupados por pessoas indicadas em função de relações políticas, em vez de critérios técnicos ou necessidade de serviço público. A festa é política, mas quem banca é você.
E a população, que esperava ver melhorias nos serviços essenciais, se depara com uma fatura inesperada: a taxa de coleta de lixo, que agora será cobrada na fatura da Sanepar. Legalmente, não há irregularidade: a cobrança está prevista na Lei Municipal nº 2.218/2024, e o valor é calculado com base na URM (Unidade de Referência do Município) e no histórico de consumo de água.
O valor médio da taxa de lixo para uma residência típica, considerando consumo de 10 m³/mês, será de aproximadamente R$ 18,70 por mês, enquanto o valor máximo, para residências com consumo acima de 20 m³/mês, chegará a R$ 26,40 por mês.
Mas a imoralidade é evidente. O dinheiro que deveria ser utilizado para manter e melhorar os serviços de limpeza urbana, investir em saúde, educação e infraestrutura será redirecionado pelo Executivo para custear os salários e benefícios dos novos cargos comissionados criados pelo Projeto 053/2025. Ou seja, recursos arrecadados de cada cidadão, mensalmente, serão utilizados, em tese, para manter pessoas em cargos políticos, em vez de atender diretamente às demandas da população.
Enquanto isso, os vereadores aprovaram o auxílio-alimentação de R$ 770 por mês, com gasto anual previsto de R$ 120 mil. Esse benefício, custeado pela própria Câmara, reforça a disparidade entre os privilégios dos agentes políticos e o peso financeiro que recai sobre o cidadão comum. E você, cidadão? Paga com o seu bolso os custos de uma máquina administrativa cada vez maior, enquanto serviços essenciais continuam deficitários.
Quanto vai custar para cada família platinense?
A URM para 2025 foi fixada em R$ 110,00. Considerando uma residência média, com consumo de 10 m³/mês, a taxa da coleta de lixo será aproximadamente R$ 18,70 por mês.
Cálculo anual para uma residência média:
R$ 18,70 × 12 meses = R$ 224,40 por ano
Para efeito de comparação:
Vereadores: R$ 770/mês × 12 = R$ 9.240,00 por ano em auxílio-alimentação
Família média: R$ 224,40/ano em taxa de lixo, enquanto recursos são utilizados pelo Executivo para pagar cargos comissionados, em tese ligados a apadrinhamentos políticos, e serviços essenciais permanecem precários
O contraste é claro e preocupante. Mais cargos, mais despesas, menos eficiência. O Executivo cria, a Câmara aprova, e a população paga. O sistema gira, a política sorri, o contribuinte chora.
A imoralidade do processo é evidente: enquanto famílias platinenses ajustam suas contas para pagar a taxa de coleta de lixo, o dinheiro é desviado, em tese, para garantir salários e benefícios de pessoas em cargos comissionados, cuja necessidade real para o funcionamento da administração pública é questionável.
E agora? Você concorda em ver o seu dinheiro transformado em moeda de troca política, enquanto a saúde, a educação e a infraestrutura da cidade permanecem carentes de investimentos? É hora de questionar, fiscalizar e exigir que Santo Antônio da Platina seja administrada para a população, e não para os apadrinhados do poder.
A gestão passa, mas a conta fica. E, como sempre, o contribuinte é quem paga o lixo — literal e político..
